O Dr. William Garner Sutherland (1880 – 1954) foi aluno de Andrew Still (pai da Osteopatia). Sutherland estudou a anatomia do crânio durante mais de 30 anos. É o pai da Osteopatia Sacro-cranial.
Demonstrou a particularidade de que, por causa das suturas, os ossos do crânio podem mover-se. É evidente que não se movem da mesma forma que a articulação do joelho ou de uma vértebra. No entanto, o osso vivo é flexível e permite um certo grau de deformação mínima na sua estrutura.
É uma técnica subtil e manual para ajudar a detectar e corrigir os desequilíbrios do Sistema Sacro-cranial que podem ser a causa de disfunções intelectuais, motoras ou sensoriais.
Existe um sistema situado entre os ossos do crânio e o cérebro, e que continua dentro da coluna vertebral até ao sacro, ao qual se chama de Crânio-sacral ou Sacro-cranial.
É um sistema hidráulico fechado, com o seu próprio ritmo fisiológico, onde por dentro destas estruturas flui o líquido cefalorraquidiano que banha, limitado externamente pela meninge dura-máter (cobertura de protecção), a medula e o cérebro. Esta flutuação do liquido através do seu percurso tem um ritmo de subida (flexão-abertura) e de descida (extensão-fecho) que se denomina Movimento Respiratório Primário (mrp), já que foi anterior ao movimento respiratório pulmonar, que não começa até nascermos, e que se pode perceber com a flutuação em forma de maré, criada pela potência do Alento de Vida.
Este ritmo consiste em seis a doze pulsações por minuto, causadas pela rítmica produção e reabsorção do líquido cefalorraquidiano.
O ritmo do Sistema Sacro-cranial pode-se sentir tão claramente como os ritmos cardiovascular e respiratório. Mas ao contrário dos outros ritmos, pode-se avaliar e corrigir. A terapia Sacro-cranial é realmente uma arte da escuta da linguagem do corpo humano, sentindo, entendendo e respeitando esta linguagem e respondendo de maneira apropriada como apoio no estímulo de auto-regulação e equilíbrio do indivíduo e sua inteligência inerente para auto-curar-se.
A Osteopatia sacro-cranial utiliza-se para tratar uma grande variedade de problemas de saúde, incluindo dores de cabeça, pescoço e costas, disfunções da articulação tempero-mandibular, cansaço crónico, dificuldades de coordenação motora, problemas oculares, depressão endógena, fibromialgia, hiperatividade, problemas de concentração, disfunções do sistema nervoso e muitos outros transtornos. Devido à suavidade das suas manipulações e às suas características de estimulação dos recursos de saúde próprios do organismo, é uma técnica muito adequada para o tratamento de crianças desde o nascimento.